sexta-feira, 27 de junho de 2014

Para refletir: Italo Calvino: “O modelo dos modelos” – na perspectiva do AEE

                  Após as leituras realizadas ficou evidenciado que a pessoa com deficiência como qualquer outra pessoa necessita ser estimulada sendo que cada aluno que surge precisamos de um modelo diferente para trabalhar com ele, pois cada um apresenta condições diferentes requer formas diferenciadas de atendimento. Seja qual for sua deficiência precisamos buscar meios de descobrir suas habilidades, procurando saber em que podemos contribuir para desenvolvê-las o máximo, visando superar as dificuldades e limitações. Muitas vezes antes de conhecer o outro apontamos uma característica negativa de uma pessoa com deficiência, em vez de enxergar na pessoa uma oportunidade uma habilidade.
      A escola inclusiva é aquela que os alunos constroem o conhecimento segundo sua capacidade e tem o direito de expressar suas idéias. Os alunos não são selecionados como especiais ou comuns todos se igualam pelas suas diferenças. Portanto, para que TODOS tenham direito de participar do processo escolar não é possível trabalhar com modelos padronizados.
Temos que cooperar com o fortalecimento das ações sociais voltadas para as pessoas com deficiência no âmbito escolar proporcionando condições para uma educação de qualidade para todos.
Entender os conceitos de inclusão, o rumo da educação especial frente aos paradigmas da educação inclusiva inovou ao criar o Atendimento Educacional Especializado que promove o desenvolvimento de habilidades extracurriculares nos ensino, poderá provocar mudanças que se espera no ensino comum, com auxilio da sala de recursos multifuncionais poderá de certa forma, atender as exigências de uma educação para todos.
 O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.
 A organização do Atendimento Educacional Especializado considera as peculiaridades de cada aluno. Alunos com a mesma deficiência podem necessitar de atendimentos diferenciados. Por isso, o primeiro passa para se planejar o Atendimento não é saber as causas, diagnósticos, prognóstico da suposta deficiência do aluno. Antes da deficiência, vem a pessoa, o aluno, com sua história de vida, sua individualidade, seus desejos e diferenças.
O Atendimento Educacional Especializado é elaborado a partir do estudo de caso de cada aluno, sendo que o primeiro contato com a família, para conhecer sua historia de vida, de escolarização e elaborar o plano de trabalho a ser desenvolvido.
Podemos dizer então que as pessoas com deficiência ganharam espaço, na sociedade quebrando paradigmas conceituais que por ventura os impediam de ter acesso ao âmbito escolar participando ativamente da sociedade cumprindo com seu dever como cidadão ativo e participativo na sociedade.
Não existe um modelo ideal, somos pessoas diferentes cada um com suas particularidades e características, onde almejamos realizações de nossas ações e nossos sonhos.
Por último a humanidade precisa aprender a ver e valorizar o lado bom do próximo, suas qualidades e virtudes, pois essas superam os defeitos e fornece a condição de viver em harmonia com todos.

 Referências Bibliográficas:
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/SEESP, 2001.
 EDILENE APARECIDA ROPOLI [et.al.], A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: a escola comum inclusiva. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, v1, 2010.
- ITALO CALVINO, O modelo dos modelos, UFC, 2014. 

sexta-feira, 6 de junho de 2014

RECURSOS DE BAIXA TECNOLOGIA

Público alvo: Crianças com TEA com dificuldades de comunicação, motora e interação social.


Cartões de Comunicação

     
          Os cartões de comunicação podem ser utilizados como meio de comunicação receptiva e expressiva com crianças com transtorno do espectro do autismo, desde que já tenha intenção de comunicar-se e que esteja na fase simbólica de comunicação.
          Os cartões de comunicação podem ser utilizados em vários ambientes de acordo com o contexto que a criança se encontra. As figuras escolhidas para os cartões devem ser o mais próximo possível da realidade da criança para que possa dar sentido e ver funcionalidade no seu uso.

Descrição das imagens:
Três atividades foram construídas para que o usuário da CA possa responder questões apontando os símbolos gráficos PCS. A primeira pede para apontar os animais; a segunda para apontar os vegetais e a terceira para apontar os minerais.
Abaixo de cada questão visualiza-se uma série de símbolos gráficos com imagens representativas dos três reinos da natureza.








       SEQUÊNCIA TEMPORAL: LAVAR AS MÃOS


SEQUÊNCIA TEMPORAL: UTILIZAR O SANITÁRIO


SEQUÊNCIA TEMPORAL: ESCOVAR OS DENTES

          As três sequências, com sete pictogramas cada uma, podem  trabalhar-se de distintas formas. Principalmente servem como apoio visual na realização das atividades, mas também podem facilitar aos alunos o aprendizado de “ordenar de forma lógica um processo”. Assim, trabalhando cada pictograma em separado, eles poderão ordenar quais são os passos para realizar uma atividade. O que a maioria dos alunos tem dificuldade de fazer.

REFERÊNCIAS:

quarta-feira, 16 de abril de 2014

DMU/ DEFICIÊNCIA MÚTIPLA

Denomina – se surdocego aquele que possui dificuldades visuais e auditivas, independentemente da sua qualidade.”Uma pessoa que tenha deficiência visual e auditiva de um grau de tal importância, que esta dupla perda sensorial cause problemas de aprendizagem, de conduta e que possa afetar suas possibilidades de trabalho.  OLSON, Stig, surdocegueira especiais. Apresentação na “A surdez: um mundo de encontro”; Santa Fé de Bogotá, 1995.
A surdocegueira é uma deficiência única e especial que requer métodos de comunicação especial para viver com as funções da vida cotidiana. (BEST Tony InformationGuide, definições de surdocegueira usadas em outros países. Documento sem editar).
A surdocegueira é uma limitação que se caracteriza por:
- Sérios problemas relacionados com a comunicação e com o meio.
- Sérios problemas relacionados com a orientação no meio.
- Sérios problemas relacionados à obtenção de informação. (Mcines, johnProgamming for congenital and early adventitiosdeafblind adults.
A surdocegueira pode ser:
-       Congênita
-       Adquirida
Congênita: Denomina – se surdocego congênito quem nasce com esta única deficiência, como por exemplo pela rubéola adquirida no ventre da mãe.
Adquirida: A surdocegueira adquirida é quando a pessoa nasce ouvinte, vidente, surda ou cega e adquire, por diferentes fatores, a surdocegueira.
Quando estudamos a história da educação do surdocego, vemos que tradicionalmente a criança foi educada de acordo com o princípio de aprendizagem associativa, que é comparar a palavra falada, escrita ou soletrada com o objeto, atividade comunicativa.
         Isto quer dizer, ensina-se a criança a perguntar por coisas e se interessar por coisas ao seu redor. Em outras palavras, ela é encorajada a emitir os sinais para o mundo e será reforçado quando o ambiente responde. Quando a palavra ou frase representa sentimento ou intenções, ela lembrará e a usará corretamente em situações adequadas.
No entanto, o problema é que pouquíssimas crianças respondem espontaneamente ao ambiente. Mesmo surdos com outros problemas, como visão reduzida ou outro problema não demonstrado, sentem, também, muita dificuldade para responder ao ambiente como sentem os surdocegos. Este é o problema do contato com o ambiente que é um obstáculo na educação das crianças surdocegas.
Para entender o que é surdocegueira, faz – se necessária uma explicação sobre a sua grafia. Segundo Lagati (1995, p. 306), a surdocegueira é uma condição que apresenta outras dificuldades além daquelas causadas pela cegueira e pela surdez. O termo hifenizado indica uma condição que somaria as dificuldades da surdez e da cegueira. A palavra sem hífen indicaria uma diferença, uma condição única e o impacto da perda dupla é multiplicativa e não aditiva. Já para McInnes (1999), a premissa básica é que a surdocegueira é uma deficiência única que requer uma abordagem específica para favorecer a pessoa com surdocegueira e um sistema para dar este suporte. O referido autor subdivide as pessoas com surdocegueira em quatro categorias;
- Indivíduos que eram cegos e se tornaram surdos;
- Indivíduos que eram surdos e se tornaram cegos;
- Indivíduos que se tornaram surdocegos;
- Indivíduos que nasceram ou adquiriram surdocegueira precocemente, ou seja não tiveram a oportunidade de desenvolver linguagem, habilidades comunicativas ou cognitivas nem base conceitual sobre a qual possam construir uma compreensão de mundo. O mesmo autor (1999) relata que muitos indivíduos com surdocegueira precocemente têm deficiência associadas como: físicas e intelectuais. Estas quatro categorias podem ser agrupadas em Surdocegos Congênitos ou Surdocegos Adquiridos. E dependendo da idade em que a surdocegueira se estabeleceu pode – se classificá-la em Surdocegos Pré- lingüísticos ou Surdocegos Pós – lingüísticos.
Segundo Mc Innes (1999) indivíduos com surdocegueira demonstram dificuldade em observar, compreender e imitar o comportamento de membros da família ou de outros que venha entrar em contato, devido à combinação das perdas visuais e auditivas que apresentam.
A interação Social e a Comunicação-aspectos fundamentais para odesenvolvimento da linguagem
Os termos “interação social” estão intimamente relacionados. Tomemos por definição de interação social o processo pelo qual dois indivíduos influenciam mutuamente os atos um do outro. A comunicação implica em interação, e mais, a comunição é definida como uma forma de interação em que o significado é transmitido por meio do uso Atendimento Educacional Especializado AEE E SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA.
Sua comunicação inicial é pelo movimento corporal e vocalizações. Precisam aprender por rotinas organizadas. A caixa de antecipação será sua  comunicação inicial é pelo movimento corporal e vocalizações. Precisam aprender por rotinas organizadas. A caixa de antecipação será sua  primeira estratégias de comunicação.
REFERENCIAS
LAGATI ,S. DEAF-Blind or Deafblind International Perspectives on Terminology.1995 Tradução:  Laura L. M Anccilotto. São Paulo: Projeto Ahimsa/Hilton Perkins, 2002.
MCINNES,J.M.Deaf-blind infants and children:A development guide. Toronto, Ontario, Canada: University of Tronto Press, 1999.
Bosco, Ismênia Carolina Mota Gomes.
A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: Surdocegueira e deficiência múltipla/ Ismênnia Carolina Mota Gomes Bosco, Sandra Regina Stanziani Higino Mesquita, Shirley Rodrigues Maia. –Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Especial; (Fortaleza): UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2010.
v. 5 (Coleção A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar)




             

                                                                                                                                        
                                               


terça-feira, 18 de março de 2014

PS_Texto produzido para Blog

Cursista: Marisa de Souza Teixeira Rodrigues
Turma: T26a

EDUCAÇÃO ESCOLAR DE PESSOAS COM SURDEZ
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) vem ao encontro do propósito de mudanças no ambiente escolar e nas práticas sociais/institucionais para promover a participação e aprendizagem dos alunos com surdez na escola comum. Muitos desafios precisam ser enfrentados e as propostas educacionais revistas, conduzindo a uma tomada de posição que resulte em novas práticas de ensino e aprendizagem consistentes e produtivas para a educação de pessoas com surdez, nas escolas públicas e particulares.
As pessoas com surdez não podem ser reduzidas ao chamado mundo surdo, com uma identidade e uma cultura surda. É no descentramento identitário que podemos conceber cada pessoa com surdez como um ser biopsicosocial, cognitivo, cultural não somente na constituição de sua subjetividade, mas também na forma de aquisição e produção de conhecimentos, capaz de adquirirem e desenvolverem não somente os processos visuais –gestuais, mas também de leitura e escrita, e de fala se desejarem.
É importante que se ofereça à criança surda um ambiente estimulante, que possibilite sua ação não só física, mas principalmente, sua ação mental, que se reconheça o sujeito com surdez como participante ativo do processo educativo, que se proporcione situações constantes e sistemáticas de troca simbólica com o meio e, por fim, que se entenda a linguagem como instrumento efetivo de comunicação e expressão do pensamento, capaz de desenvolver  as estruturas cognitivas mais complexas.
O Atendimento Educacional Especializado para alunos com surdez, na perspectiva inclusiva, estabelece como ponto de partida a compreensão do reconhecimento do potencial e das capacidades dessas pessoas, vislumbrando o seu pleno desenvolvimento e  aprendizagem .
O AEE deve ser visto como uma construção e reconstrução de experiências e vivencias conceituais, em que a organização do conteúdo curricular não deve estar pautada numa visão linear, hierarquizada e fragmentada do conhecimento. O conhecimento precisa ser compreendido como uma teia de relações, na qual as informações se processam como instrumento de interlocução e de diálogo.
As práticas de sala de aula comum e do AEE devem ser articuladas por metodologias de ensino que estimulem vivencias e que levem o aluno a aprender a aprender, propiciando condições essenciais da aprendizagem dos alunos com surdez na abordagem bilíngüe.
O AEE em seus três momentos visa oferecer a esses alunos a oportunidade de demonstrarem se beneficiar de ambientes inclusivos de aprendizagem.
AEE em Libras
O Atendimento Educacional Especializado em Libras deve ocorrer em horário contrário ao do ensino comum. O professor do AEE deverá trabalhar de forma complementar os conteúdos articulados com o professor da sala de aula. Para o trabalho do professor, na sala do AEE necessita ter materiais e recursos visuais: biblioteca, mural de avisos e notícias, gravuras e fotos sobre os assuntos a serem trabalhados, roteiro de planejamento, fichas de atividades e outros
AEE de Libras
Inicia-se o AEE de Libras com a investigação diagnóstica do aluno. Este atendimento acontece no contra turno do ensino comum, realizado por professor e/ou instrutor de libras, preferencialmente surdo, conforme o estágio de desenvolvimento da Língua de Sinais em que o aluno se encontra.
            O aprendizado de Libras deverá ser oferecido durante toda educação básica, inclusive na educação infantil, para que sua apropriação se dê de maneira mais natural possível.
A Libras é uma língua que necessita constantemente de ampliação do seu vocabulário, para isso faz-se necessário pesquisas na elaboração e sistematização de termos técnicos e científicos.
A sala do AEE deve conter vários recursos pedagógicos visuais: DVD, cartazes, livros de diversos gêneros textuais, dicionários, materiais concretos, etc.

AEE para o ensino de Língua Portuguesa
O AEE para o ensino da Língua Portuguesa deve acontecer na Sala de Recursos Multifuncionais no contra turno do ensino comum desenvolvido por um professor, preferencialmente, com formação em Língua Portuguesa, planejado em conjunto com os professores de Libras e o da sala comum.
            O objetivo do AEE do ensino da Língua Portuguesa, para a pessoa com surdez, é desenvolver a competência gramatical ou linguística e textual para que sejam capazes de gerar sequências linguísticas bem formadas.
            A avaliação do desenvolvimento da Língua Portuguesa deve ocorrer constantemente para assegurar os avanços do aluno com surdez e que se possa redefinir o planejamento caso necessário.

Referência:
DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo. Formação Continuada a Distância de Professores para o Atendimento Educacional Especializado: pessoa com Surdez. SEESP / SEED / MEC Brasília/DF – 2007.
DAMÁZIO, M.F.M. Atendimento Educacional Especializado: Pessoa com surdez. São Paulo: MEC/SEESP, 2007,52 P.
DAMÁZIO, M. F .M. Concepções Subjacentes: Educação das Pessoas com Surdez, 2005.